Hispéria (ou Hespéria) 1. Uma das ninfas inácides concebidas pelo potâmoi Ínaco 2. Hispânia ou Península Ibérica (Hespérica), tal como referida por Camões 3. Cidades dos Estados Unidos da América (Califórnia e Michigan) 4. Asteróide descoberto em 1861 por Giovanni Schiaparelli 5. Espécie de insecto (Aphaenogaster hesperia) 6. Espécie de gastrópode (Inodrillia hesperia) 7. Região do planeta Marte (Planum Hesperia) 8. Espécie de borboleta 9. Jornal (Hesperia) académico de Arqueologia 10. Cidade da Península Ibérica para onde confluem viajantes de todas as partes do mundo e centro mundial de estudos em mitologia (Hispéria).

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

XIX Congresso de Doenças do Viajante - intervenção de Gertrude Viola (1)

Claude Rener, conhecido por Gandalf, o cinzento, e outras vezes por Ganfalf, o branco, habita um provisório salão da embaixada da Venezuela, na rua Sessenta. Claud Rener veste como Gandalf, do livro de J. R. R. Tolkien, e viu todos os filmes de Peter Jackson. Confirma que os filmes ilustram com grande fidelidade os livros.
- O filme do Senhor dos Anéis diz muito sobre os livros de Tolkien – vira as costas e o seu manto, branco ou cinzento, arrasta-se no chão, varrendo a porcaria como se de uma vassoura se tratasse.

- Muitos viajantes enlouquecem durante as viagens e assumem uma personagem fictícia no processo; diria mesmo que esse é o principal sintoma da doença mental do viajante.
A senhora que fala no XIX Congresso de Doenças do Viajante é a enfermeira Gertrude Viola, uma colossal mulher de quase duzentos quilos, que para todo o lado se faz transportar de 4 não menos colossais malas Louis Vuitton.
- Viajar é um perigo para a saúde mental, trata-se de uma actividade de desgaste brutal, não só físico como mental, e por isso aconselho, se possível, que o viajante transporte o seu psicanalista, o seu médico, o seu psicólogo, o seu advogado, o seu assistente social ou o seu conselheiro pessoal. Na falta destes, embora com menos impacto para a saúde do viajante, aconselho a companhia de um familiar próximo, por exemplo de um primo ou mesmo, tratando-se de viajantes séniores, de um sobrinho. Nunca se sabe o que poderá acontecer in media res, um cansaço vertiginoso, uma dor de cabeça alucinante, uma febre altíssima e inquebrantável, sombras no lugar onde deviam estar coisas vistas de viva visão, uma paralisação das pernas ou mesmo dos braços, uma catatonia absurda quando se passa uma fronteira: eis a doença do viajante.
- Esta mulher é estúpida – sussurrou Flávia, que igualmente assistia ao congresso, sentada a meu lado. – Queres ir para a cama?
Levantamo-nos vagarosamente, como se demorássemos um século em cada movimento.
- De seguida, apresentarei dois casos práticos de viajantes afectados pela Doença Mental do Viajante.
“Caso prático A: Claude Rener, o viajante conhecido por Gandalf, o cinzento, ou por Gandalf, o branco. Sintoma principal e de maior relevância: simplificação da própria anatomia interna; por exemplo, o estômago e o coração, na próprio-percepção de Claude Rener, passaram a ser um órgão apenas, um “estocoração”, nas palavras do doente. Claude Rener, durante a fase aguda da doença, recusava ingerir qualquer tipo de alimento por recear que viesse a afectar-lhe a circulação sanguínea."

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